domingo, 17 de outubro de 2010

O novo dilema da genética!


Lendo o blog da pesquisadora Mayana Zatz para o site da revista Veja, vi uma questão interessante sobre o futuro das descobertas do genoma. Até que ponto é interessante para uma pessoa saber sua possibilidade de portar um gene que lhe causará uma doença grave e sem tratamento?

Um exemplo ocorreu com um casal de irmãos que há dez anos atrás procurou o laboratório de Mayana para realizar um exame de DNA com a intenção de saber qual dos dois portava o gene defeituoso que causara ataxia em sua mãe, avó e dois tios maternos. Mas qual seria a reação deles ao saber da possibilidade de desenvolver a doença no futuro? Por fim, não realizaram o exame e permaneceram na incerteza.

Dez anos mais tarde, voltaram ao laboratório. O rapaz com 45 anos, claramente afetado pela doença, e a moça - aos 35 - normal. Ela agora não estava interessada em saber sobre sua possível chance de desenvolver a doença, mas sim gostaria de ser mãe, porém não pretendia passar o gene afetado para seu futuro filho. Como fazer isso com segurança?

A proposta dela era realizar fertilização in vitro com um espermatozóide do marido e um óvulo normal de uma doadora. Mas isso custaria caro emocionalmente e financeiramente sem garantias de sucesso. O que fazer?

Seria correto realizar o exame de DNA sem o consentimento da paciente? Se detectado o gene afetado, permanecer em silêncio e continuar com o processo de fertilização; OU, se o resultado fosse negativo para o gene, dar essa ótima notícia para ela e evitar esses futuros gastos?

O que seria mais correto nesse cenário? Até que ponto o conhecimento de nosso genoma pode ajudar ou atrapalhar nossas vidas.

Opine Leitor.

Abraço.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Cientistas defendem 5 momentos para início da vida humana

Os cientistas não têm consenso sobre o momento exato em que começa a vida humana, mas há cinco hipóteses mais aceitas.

Cada uma delas, listadas pelo biólogo americano Scott Gilbert no livro "Biologia do Desenvolvimento", parte de uma característica considerada essencial à existência dos seres humanos.

A primeira é a abordagem genética. Para ela, já há vida no momento da fecundação, porque a união do espermatozoide ao óvulo dá origem a uma nova combinação de genes -um DNA inédito.

"Há vários pontos, inclusive éticos, a considerar, mas eu acredito que a fecundação marca o início da vida", afirma o especialista em reprodução humana Arnaldo Cambiaghi. A maioria das religiões apoia esse conceito.

A geneticista da USP Lygia Pereira diz que a definição do novo genoma é "sem dúvida importantíssimo para o início da definição de vida", mas afirma que isso não significa que seja o ponto definitivo no conceito de vida.

"Existem muito mais fatores", diz ela, que prefere não apontar um momento único.

Outro fator, por exemplo, é o início da gastrulação -processo de divisão que dá origem aos diferentes órgãos. Disso surge uma posição diferente da Cambiaghi, que diz ser necessário esperar até essa divisão começar para determinar o início da vida. A gastrulação começa quando o zigoto, que a partir desse ponto é chamado de embrião, instala-se no útero.

Boa parte dos abortos espontâneos acontece ainda nesse estágio e a mulher sequer percebe a gravidez.

Um terceiro fator considerado é a atividade neuronal. Como a morte cerebral é interpretada como fim da vida humana, por simetria, o começo da atividade cerebral marcaria o seu princípio. Essa é a opinião da embriologista da USP Irene Yan.

"Como indivíduo, o ser humano começa com o desenvolvimento da atividade cerebral", afirmou ela. Boa parte dos cientistas considera que isso ocorre após o primeiro trimestre de gravidez, mas há divergência sobre o momento exato. Para Yan, o critério de vida precisa ser adaptado em cada espécie. "Ouriços do mar, por exemplo, não têm cérebro. Precisamos, então, encontrar outros critérios que determinem a formação de nova vida para essa espécie."

Bem menos difundida, mas também presente, é a abordagem ecológica, uma quarta linha de pensamento. Para ela, a vida começa quando o feto já é capaz de sobreviver fora do útero, o que aconteceria normalmente no sétimo mês de gestação. Com o avanço da medicina, no entanto, esse critério fica mais difuso, pois há casos de bebês que sobrevivem nascendo bem antes.

Um último ponto de vista defende que o feto só existe como vida quando se torna biologicamente independente de sua mãe. No Brasil, esse é o conceito usado para determinar quando o indivíduo passa a ter alguns dos seus direitos constitucionais básicos -o feto só tem personalidade jurídica depois do nascimento.

retirado da reportagem de Giuliana Miranda de www.folha.com.br/ciencia em 15/10/2010

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Abraço

BIOCISTRON .