Venkatraman Ramakrishnan, Thomas A. Steitz e Ada E. Yonath ganharam o Nobel de Química de 2009 por pesquisas sobre a estrutura e função do ribossomo. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (7) pouco depois das 6h45 (hora de Brasília).
O prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 2,5 milhões) será dividido igualmente pelos três cientistas. No comunicado sobre o Nobel de química deste ano, o comitê do prêmio afirma seu reconhecimento das pesquisas sobre um dos "processos centrais da vida": a tradução, realizada pelo ribossomo, da informação contida no DNA, conferindo-lhe vida. Os ribossomos produzem proteínas, que por sua vez controlam a química de todos os organismos vivos. Como os ribossomos são cruciais para a vida, também se tornaram um alvo preferencial para o desenvolvimento de novos antibióticos.
Muitos dos antibióticos usados hoje em dia curam várias doenças bloqueando as funções de ribossomos de bactérias. Sem ribossomos funcionais, a bactéria não pode sobreviver.
O trio premiado nesta quarta-feira mostrou a aparência e o funcionamento do ribossomo em nível atômico. Eles empregaram um método batizado de cristalografia de raio X para mapear a posição de cada um dos milhares de átomos. Eles geraram modelos de 3-D que mostram como diferentes antibióticos se ligam ao ribossomo, desativando bactérias, por exemplo. Ada Yonath, de 70 anos de idade, é a quarta mulher a receber o Nobel de química e a primeira desde 1964.
'Guerreiros' contra as bactérias
O ribossomo traduz o código genético para a produção de proteínas, que são os blocos que constroem todos os organismos vivos. Esta estrutura das células também é o principal alvo de novos antibióticos, que combatem variedades de bactérias que desenvolveram resistência aos antibióticos tradicionais.Os novos medicamentos funcionam bloqueando a função dos ribossomos nas células das bactérias, evitando que estas bactérias produzam novas proteínas que precisam para sobreviver.
Os antibióticos que atuam nos ribossomos de bactérias podem se ligar em duas regiões, a 30S e a 50S,mas algumas cepas de bactérias resistentes a esses antibióticos desenvolveram tecnicas para que os antibióticos não consigam se ligar nessas regiões e impedir a síntese de proteínas essencial para as bactérias.Esse estudo dos ribossomos é um grande avanço para a industria farmacêutica que poderá desenvolver novos farmacos que consigam destruir bactérias resistentes a antibióticos inibidores da síntese de proteínas.
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