segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Recifes de corais atuam como filtro solar


Viver em um recife de coral é como viver em uma cama de bronzeamento. Quando os raios do sol brilham através da água e refletem no recife, eles atingem diretamente os corais, as algas e outros habitantes daquela região. Então, o que evita que essas criaturas sejam fritas pelo sol? Um novo estudo sugere que os recifes de corais atuam como um filtro solar, absorvendo luz ultravioleta e limitando os danos causados aos habitantes do recife.

Estudos anteriores descobriram que o exoesqueleto de carbonato de cálcio dos corais que formam os recifes tornam-se fluorescentes sob luz ultravioleta, o que sugere que eles absorvam os raios UV. Para ver se este material protege os organismos que vivem nos recifes, a bióloga marinha Ruth Reef da Universidade de Queensland, na Austrália, e seus colegas estudaram anêmonas do mar (Aiptasia pulchella), que possuem tecidos semelhantes aos corais e também servem como abrigo para as algas fotossintetisantes.

A equipe colocou as anêmonas no topo de esqueletos de corais e sobre fitas brancas no laboratório. Ao contrário da fita, os esqueletos absorveram quase todos os raios ultravioleta, emitindo-la como luz fluorescente amarela, como relataram os pesquisadores. Além do mais, as anêmonas colocados nos corais receberam quatro vezes menos radiação UV e mostraram prejuízos sete vezes menores em seu DNA do que aqueles colocados sobre a fita. A equipe percebeu este efeito, mesmo quando o solo era composto de esqueletos triturados em um pó fino, sugerindo que a proteção deve-se à química do exoesqueleto do coral, e não pela dispersão dos raios UV em sua superfície rugosa e complexa.

Muitos dos organismos fotossintéticos que vivem nos oceanos também são capazes de produzir carbonato de cálcio. Essa capacidade pode ter começado para proteger os seres da radiação ultravioleta, diz Reef. "A calcificação começou por volta de 600 milhões de anos, quando os níveis de raios UV eram muito maiores do que hoje." Além disso, durante a explosão cambriana, cerca de 530 milhões anos atrás, a abundância e diversidade aumentaram, o que pode ter refletido "na necessidade de "construção de corais" que surgiram durante essa Era em que muitos organismos, moveram-se para águas rasas, ricas em oxigênio, onde os níveis de raios UV eram muito altos ", acrescenta ela.

Escorpiões, aranhas e outras criaturas também possuem fluorescência quando expostas à luz ultravioleta, o que sugere que o efeito de filtro solar evoluiu mais de uma vez. Texto de Charles Choi ScienceNOW Daily News 30 November 2009

Os corais são comprovadamente importantes para a manutenção da vida marinha, pois servem de abrigo e "berçario" para muitas espécies. Agora, com esse estudo, pode-se acrescentar a proteção contra os raios ultravioleta que não é um problema somente do ser humano, mas também de todos os seres vivos.

A destruição dos recifes de corais levará a uma grande perda de biodiversidade marinha da região, pois os peixes perderão suas casas, e ainda de quebra torrarão ao sol de um lugar que um dia já foi um paraíso.

Um comentário:

BIOCISTRON .